Rygar e Sua Aventura Lendária



    Rygar – The Legendary Adventure
    TECMO 2002
    Play Station 2


Rygar foi o primeiro jogo de fliperama que joguei. Foi num bar, um ambiente bem insalubre para crianças, mas eram os anos 80, naquela época muita coisa que hoje é questionável era tolerada. Como a presença de menores desacompanhados em um ambiente que serve bebidas alcoólicas, por exemplo. Já falei sobre isso neste post então, se quiser dá uma olhada!


Rygar é uma franquia da TECMO, mesma desenvolvedora dos jogos da série Ninja Gaiden. Depois da referida máquina de fliper, o game foi portado para o Lynx, o obscuro portátil da Atari além de uma versão bem diferente para o NES. Sinceramente, não me lembro de outras versões ou continuações do game naquela época. Depois disso não se ouviu mais falar do Guerreiro Lendário.



Com o sucesso de God of War no Play Station 2, a concorrência viu uma oportunidade de ganhar algum na esteira do sucesso de Kratos. Então a TECMO lembrou que tinha uma franquia que podia se encaixar num jogo hack´n slash. E foi em 2002 que a desenvolvedora japonesa lançou Rygar – The Legendary Adventure para o console da SONY.


Numa primeira olhada, fica evidente a influência do que estava em alta no que se refere a mecânicas e gameplay. God of War e Devil May Cray são só algumas delas. Não chega a ser uma cópia mas também não se afasta o suficiente para parecer original. Isso não me incomodou muito, por isso não acho isso muito depreciativo. O game é cheio de puzzles e itens escondidos. Lembra um pouco os metroidvania com locais que só podem ser acessados depois de adquirir certa habilidade. O que lembra o DMC são as salas das quais o jogador só pode ir adiante depois de derrotar todos os inimigos nela.


Como no game de árcade, o personagem usa o Diskarmour, cujo uso aqui lembra muito as Chaos Blades de GOW, para abrir caminho pelo cenário. O jogador conta com três Diskarmour’s diferentes, que são adquiridos conforme se avança no jogo. Cada um relacionado a um deus da Mitologia greco-romana e através deles podem ser invocadas criaturas para efetuar um ataque especial. Além disso há uma árvore de habilidades e upgrades para a arma que aumentam o poder e melhora as características dos discos.


Um destaque especial deve ser dado à trilha sonora do jogo. Usando de temas épicos, a trilha dá um gostinho dos filmes antigos que retratavam as lendas gregas, principalmente aqueles onde as criaturas eram feitas em stop-motion. Em determinado momento, é apresentado um clipe musical cantado por um dos personagens do game e, por mais que eu torça o nariz para números musicais no meio de um filme, a música é boa e não quebra o ritmo.





A história gira em torno de um ataque dos Titãs, sob o comando de Cronos, a cidade de Argus. Durante o ataque, a princesa Harmonia é capturada por Icarus e cabe ao gladiador sem memória que recebeu o nome de Rygar efetuar o resgate. Sei que, para os dias de hoje, o enredo da mocinha em perigo pode não ser visto com bons olhos, mas lembre-se, é um game de 2002. Através dessa premissa o game apresenta sua própria visão dos mitos gregos e romanos. Não espere fidelidade às lendas. Entendi que os desenvolvedores quiseram fazer algo parecido com o que fizeram em God of War.


É claro que o fato do personagem principal ter uma origem incerta seria um dos fios condutores da trama. Há algumas reviravoltas e revelações durante o game. Mas nada muito bombástico ou que um jogador mais atento não visse chegando de longe. Há basicamente três arcos: o de Icarus, a origem de Rygar e a luta contra Cronos e os Titãs. Não é um roteiro acima da média mas agrada. Para incrementar a história, durante o jogo são encontradas placas que dão um background ao que está acontecendo o que enriquece um pouco mais o enredo. Só basta o jogador ter paciência e determinação de ler os textos em inglês.




Não vou negar que me diverti durante a jogatina. Rygar – The Legendary Adveture é um bom jogo, mas se ele tivesse recebido um melhor polimento no game play e um pouco mais de capricho no roteiro teria se tornado um game memorável. Mesmo ele não sendo uma obra-prima dos games, ele cumpre bem a sua proposta de ser um jogo dinâmico que oferece boa dificuldade e bastante ação. Com um sistema de combate fluído e cut scenes sem muita enrolação que apresenta uma história digna dos antigos filmes de Simbad ou de Fúria de Titãs. Contudo, as semelhanças com outros jogos já citados e uma câmera um tanto quanto estática pode afastar jogadores mais novos.




Rygar e Sua Aventura Lendária Rygar e Sua Aventura Lendária Reviewed by Tulio Roberto on 10/12/2020 09:56:00 AM Rating: 5

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