Review Retrô: Robocop vs Terminator - Mega Drive


        Crosovers sempre habitaram o imaginário dos fãs. Principalmente dos fãs de cultura pop. Quem ganharia uma luta entre Thanos e Darkseid? Quem é mais forte? Goku ou Naruto? É claro que as empresas que alimentam a cultura pop perceberam um filão que poderia render uns bons trocados.

Começou nos quadrinhos, quando as duas gigantes do mercado americano laçou alguns crossovers como Superman e Homem-Aranha, os dois personagens mais populares na época. Houveram outros, durante os anos 80, mas de forma bem esporádica. Mas a moda pegou mesmo nos anos 90, com Marvel vs DC.



Mas por que diabos estou falando de quadrinhos?

Bem, nessa mesma época uma editora coadjuvante no mercado americano que vivia de publicar HQs ambientadas em franquias famosas do cinema, a Dark Horse Comics, começou a realizar seus próprios crossovers. Talvez estimulada pelo famoso easter egg do xenomorfo no final de Predador 2, a editora passou a promover encontros entre esses personagens em suas revistas. Claro que ela alcançou algum sucesso, já que os fãs ficaram enlouquecidos com a possibilidade de um embate entre os dois alienígenas mais badass do cinema.

Vendo o resultado alcançado com as franquias da Fox, os editores da Dark Horse resolveram expandir os planos e os próximos alvos foram as máquinas mais mortais da sétima arte até então, Robocop vs Exterminador do Futuro. O resultado foi uma mini série que logo logo vai ser tema de post por aqui.

Embora a ideia não tenha migrado para o cinema, como Alien vs Predador, ela acabou gerando dois games, um para o Super Nintendo e outra versão para o Mega Drive. E é sobre essa ultima que vamos falar agora.

HISTÓRIA


Publicado pela Virgin Games para o console de 16bits da Sega, Robocop vs Terminator é um side scroller com um toque de exploração de cenários. Os desenvolvedores optaram por uma paleta de cores escura, o que deixou o jogo com uma cara dos primeiros filmes do Exterminador, principalmente o primeiro que se passou quase todo a noite.


O jogador assume o controle de Robocop que tem de enfrentar uma invasão de exterminadores vindos do futuro para se certificarem que a Skynet não seja destruída. Na verdade o jogo arranha beeeem de leve a história da HQ mencionada no começo desse texto. E no que se refere a história fica por isso mesmo. O game não tem cut scenes ou painéis que mostram uma evolução de enredo. É só uma sequencia de fases, uma atras da outra.

O JOGO


Robocop tem uma boa mobilidade, melhor do que outros games do cyborg policial de Detroit. Uma coisa que me surpreendeu foi a variedade de armas que podemos usar durante o game. O personagem ainda pode carregar duas armas diferentes que o jogador pode alternar quando quiser. Só que a arma que ele estiver usando quando morrer se perde. Ficando a de reserva.


A Trilha sonora, nem de longe, lembra a dos filmes. Composta de música eletrônica, trance genérica que não consegue marcar o game em nenhum momento. Uma pena porque seria o máximo jogar algumas sequências ao som dos temas dos dois personagens.

A dificuldade do jogo é um pouco alta devido a certos subterfúgios (vou falar sobre eles mais pra frente) usados pelos desenvolvedores para dar mais tempo de jogo. Um jogador experiente termina ele em cerca de 40 ou 50 minutos. mas por causa da dificuldade, tem que morrer e recomeçar o jogo muito para alcançar esse tempo. As fases têm um fator exploratório, onde podemos encontrar itens escondidos pelos cenários além fases secretas cheias de vidas e armas para serem encontradas.

Agora vamos falar dos tais subterfúgios. Apesar de o personagem ter uma barra de energia. Quando “tocamos” num inimigo, ela é drenada quase que instantaneamente. Não dando muita chance nos recuperarmos do erro. Os exterminadores encontrados pelo caminho não são derrotados facilmente. O que não é problema nenhum! Mas tem momentos que a tela fica tão cheia de inimigos menores que chega a ser irritante tentar alguma estratégia para passar a tela com o meno dano possível.

Os chefes de fase é outra coisa que decepciona. A maioria deles não requer estratégia para vencê-los, basta ter vidas suficientes, o que não é muito difícil de conseguir, para vencê-los. Inclusive tem um ou dois alí que basta ficar parado num ponto da tela e ficar atirando até ele explodir. Além disso o game tem chefe de fase repetido, Dois chefes são enfrentados em quatro fases diferentes.

Outra tramóia para aumentar o tempo de jogo é elevar a resistência dos inimigos. Em determinado momento são apresentados os Exterminadores Vermelhos, que tem o dobro da resistência dos anteriores. O jogo continua o mesmo, a diferença é que precisa ficar mais tempo atirando para derrotar os inimigos. Os chefes têm uma resistência absurda o que, em alguns casos, pode deixar o jogo enfadonho.



Agora, a batalha com o chefe final, que se resume simplesmente a uma cabeçorra de Exterminador soltando drones que atiram pra todo lado. É simplesmente irritante. A resistência dele é insana ou, no mínimo, desproporcional. Cheguei até a pensar que o jogo tinha bugado e não estava registrando o dano que eu causava nele! Já que ele, e nenhum dos chefes, tinha barra de energia. Mais uma artimanha safada para quê? Aumentar o tempo de gameplay.

Depois de todo a dificuldade que é chegar no chefe final e vencer. O mínimo que se espera é um final decente. Certo? Eu sei que os antigos cartuchos não tinham muita memória. E que por isso os finais dos games da época não era lá essas coisas. Mas dava pra pelo menos mostrar uma imagem legal com um pequeno texto. Isso nos dava uma sensação de dever cumprido.

Só que aqui, nesse jogo. Os desenvolvedores não tiveram a capacidade de fazer isso! O final não passa de uma tela, que já aparecia na apresentação do game, com o letreiro subindo dando parabéns por vencer a Skynet! Decepcionante. Agora, se você é um jogador que não liga muito pra história e o fator diversão é o mais importante, pode até se divertir com esse jogo.


Robocop vs Terminator, do Mega Drive,  tem algumas ideias legais que se perdem em meio a um gameplay desequilibrado, mecânicas ruins e trilha sonora genérica. O encontro dessas duas franquias tinha enorme potencial, mas o estúdio responsável preferiu fazer um jogo bem mediano, pra tirar alguns trocados de fãs desavisados.

Nota 4/10

PS: Eventualmente vou fazer o review da versão do Super Nintendo. Quando o fizer. Certamente vai ter um comparativo entre as duas versões para ver qual é a melhor… Ou menos ruim, vai saber….
Review Retrô: Robocop vs Terminator - Mega Drive Review Retrô: Robocop vs Terminator - Mega Drive Reviewed by Tulio Roberto on 7/03/2020 08:37:00 PM Rating: 5

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