Review: Rygar - The Legendary Warrior (Arcade)


    Foi num bar, ambiente pouco saudável para um adolescente, que conheci os arcades ou fliperamas. Como era comum nos anos 80, muitos desses estabelecimentos, inclusive alguns de fama duvidosa, tinham uma máquina de fliperama ou arcade para entreter seus frequentadores. Só que o público atraído pelas máquinas foi a molecada que ia no bar comprar doces, pão e leite, ou até mesmo um maço de cigarros pro pai ou pra mãe e usavam o troco pra jogar umas fichas.

    E foi num lugar desses que joguei meu primeiro vídeo game, Rygar - The Legendary Warrior. Jogo de ação com plataforma que hoje é um clássico da japonesa TECMO. Como de costume, o jogo tinha a principal função de ganhar dinheiro pra o dono do estabelecimento, então por padrão, tinha uma dificuldade alta. Apesar de não apresentar um Boss ao final de cada fase como de costume, elas eram abarrotadas de inimigos que vinham por todos os lados literalmente. isso fazia com que o jogador prestasse atenção em todos os cantos da tela, além disso, ainda tinha o escasso tempo de 100 segundos para chegar até o próximo nível.



    Os inimigos são um show à parte. Há uma grande variedade deles, de guerreiros carregados por dragões que caem em cima de você até monstros de lava que brotam do chão. Ao contrário do que acontece em vários jogos do gênero, que usam os mesmos sprites com cores diferentes para criar um novo inimigo, ao longo das 27 fases (isso mesmo, 27) sempre tem novas criaturas com habilidades diferentes para atrapalhar o progresso do jogador. O que torna o game meio que imprevisível. O jogador não sabe o que vai enfrentar no nível seguinte, enquanto experimenta o alívio de ouvir os primeiros acordes da música que sinaliza o final da fase.

    O game não tem uma trilha sonora diversificada. A música que toca nas fases é sempre a mesma, o que não é ruim, já que ela imprime o clima certo para o game, já que o enredo é basicamente o personagem correndo em direção ao castelo onde o inimigo final espera pelo confronto.

    Outro ponto forte é a direção de arte. Os gráficos do jogo são um diferencial, se compararmos com outros games contemporâneos, nota-se o primor e criatividade dos desenvolvedores. Paisagens cheias de cores e tons enchem os olhos. Destaque para as fases em que ao fundo se vê um pôr do sol majestoso. Acrescente a isso um efeito paralaxe que era coisa rara nos games da época.


    Não tem muito que falar da história do game. Tanto pelo fato se ser um arcade como pelas limitações técnicas da época. ela serve para dar motivo à ação. Rygar é um guerreiro lendário que foi ressuscitado para enfrentar um ser que está oprimindo o povo. Armado com o Diskarmor uma espécie de escudo preso a uma corrente que pode ser arremessado para atacar os inimigos, o personagem precisa superar os obstáculos e derrotar o inimigos através das fases do game, para enfrentar o tal governante mau. 

    Durante o game são encontrados cinco escudos, cada um atribui uma habilidade ao personagem: maior alcance do disco, mais força, poder direcionar o tiro e até um campo de força que dá invencibilidade temporária. Apesar de difícil, o game não é frustrante, ele tem uma dificuldade na medida certa para incentivar o jogador a comprar mais fichas, para felicidade do dono do estabelecimento. Não espere um final trabalhado com CG e textos, esse não é o tipo de game que te oferece um final como os finais de Street Fighter II. Esse é um tipo de jogo onde a viagem é mais interessante do que o destino.

    O game requer bastante agilidade do jogador, por isso jogar no emulador usando um controle analógico pode dificultar as coisa mais um pouco devido ao tempo de resposta do controle ser maior do que o tradicional direcional do arcade. Mas não deixa de ser um experiência satisfatória.

    Rygar - The Legendary Warrior é um game old school, que junta muita ação com plataforma e se mostra um desafio instigante. Tanto pela dificuldade quanto pela direção de arte primorosa e criativa. Se você já conhece o título, vale apena relembrar se você nunca nem viu ou ouviu falar dê uma chance, não vai se arrepender.




PS: Cadê a nota?
Ouvindo o Reloading, podcast sobre notícias dos games, numa conversa entre os hosts sobre reviews um deles comentou que não coloca mais notas para os games abordados em seus posts. Seu argumento é que, uma simples nota não representa todas as considerações que ele fez sobre o game. Sua intensão é que o leitor leia a matéria e se sinta impelido a conhecer o jogo. Confesso que esse argumento me ganhou, não vou mais colocar uma numeração para representar minha avaliação. quer saber o que achei do game? Então, leia a matéria! ;)

PS2: Ah! Se ainda não conhece o Reloading, recomendo dar um chance. É muito bom!



Review: Rygar - The Legendary Warrior (Arcade) Review: Rygar - The Legendary Warrior (Arcade) Reviewed by Tulio Roberto on 7/28/2020 03:28:00 PM Rating: 5

Nenhum comentário

Web Analytics