Rondo Of Blood - Um Castlevania Raiz


Castlevania – Rondo of Blood
Konami (1993)
NEC TurboGafiX16 SuperCD

A série Castlevania tem seus altos e baixos. Mas quando tem seus altos, é alto mesmo. Exemplo disso é o game que é tema desse texto. Lançado em 1993 para o obscuro TurbografX16, da japonesa NEC, Castlevania – Rondo of Blood é um daqueles casos que não dá pra entender por que um jogo tão bom ficou restrito por anos a um sistema que tinha como principal alvo o público japonês. Mesmo sendo um sucesso com a crítica e com os jogadores, parece que a Konami não teve o menor interesse de publicar o game para um sistema com maior abrangência, inclusive fora do território japonês. E a coisa fica ainda mais estranha quando vemos que sua continuação direta, Simphony of the Night, de 97, saiu para o Playstation da Sony e a publisher não se deu ao trabalho de portar o game anterior para o novo console. Com certeza ganharia mais alguns trocados nessa jogada.

O game se passa no Século 18, quando Richter Belmont, então com 19 anos, tem de enfrentar mais uma vez o inimigo juramentado da sua família, o Conde Drácula. Creio que esse seja o último título da franquia que apresenta uma jogabilidade linear, onde as fases se sucedem sem oferecer muita escolha de caminhos a seguir. Claro que ele apresenta alguns desvios no caminho, assim como em Dracula’s Curse, no NES, mas nada como o que encontramos nos jogos a partir do SON, game que redefiniu a série e que, junto com Metroid da Nintendo, ajudou a cunhar o termo “Metroidvania”.



Diferente do título anterior para consoles, Super Castlevania IV de SNES, os desenvolvedores optaram por uma volta ao básico, nos controles. Usando apenas dois botões do controle para salto, golpe com o chicote e uso da arma, que se aciona segurando o direcional pra cima e apertando o botão de golpe. Quem já jogou os Castlevania do NES, ou seja, 99,999999% das pessoas que já tiveram um controle de videogame nas mãos, não terá problemas em jogar Rondo Of Blood. Está tudo lá junto com o delay no golpe como chicote e a física esquisita do pulo.

O desafio do game está na medida certa. Nem muito fácil e nem muito difícil, o dano causado pelos inimigos é considerável, mas depois que o jogador pega o padrão de movimentos deles, a tarefa se torna menos penosa. Os chefes dão trabalho e tiram bastante energia nos golpes o que obriga o jogador a enfrentá-los pelo menos umas duas ou três vezes. Há algumas cutscenes dubladas, novidade na época por causa do uso do CD, e mesmo as cenas é uma coisa que não tinha visto na série até então




Outra vantagem da mídia óptica é o upgrade na trilha sonora. Saem os chip tunes, entram os sintetizadores. E que trilha sonora! Usaram todo o repertório da série desde o primeiro game. Além de um ótimo tema da primeira fase que já empolga, colocando o jogador no clima. Os gráficos estão muito bons, abusando da paleta de cores do console da NEC que aliás lembra bastante a paleta escura do Mega Drive, o que não é ruim. Os sprites estão muito bem animados e detalhados, deixando de lado animação engessada do título do Super Nintendo.

A história não foge muito do básico dos games da época. Apesar de introduzir as cutscenes, o enredo é bem parecido com muitos Castlevania’s, coisa que vai mudar bastante nos títulos subsequentes. Mas não posso deixar de destacar a cena final com um diálogo entre o herói e o vilão derrotado deveras interessante.

Castlevania – Rondo of Blood, é um game feito com primor pelos desenvolvedores que se mostra uma bela despedida da jogabilidade linear e abre caminho para um estilo de jogo que se tornaria um novo subgênero juntando fãs até mesmo nos dias de hoje.

Depos de conhecer esse game, dá muita raiva de ver como a Konami tem tratado mal suas IP’s nos últimos anos.
        Shame on you, Konami!






Rondo Of Blood - Um Castlevania Raiz Rondo Of Blood - Um Castlevania Raiz Reviewed by Tulio Roberto on 8/11/2020 11:10:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Web Analytics